Instituto do Ceará

Sócios do Instituto

Conheça as diversas as categorias de sócios do Instituto do Ceará

Sócios Efetivos

Num total de 40 membros, os sócios efetivos são eleitos pela maioria absoluta dos demais, em caráter de vitaliciedade, mediante o preenchimento de vários requisitos, passando a fazer parte do quadro principal de membros do Instituto (Estatuto. Arts. 8º, 9º e 16).


Sócios Colaboradores

O título de sócio colaborador é concedido mediante voto da maioria absoluta dos sócios efetivos, àqueles que possuem afinidade nas áreas da História, da Geografia, da Antropologia e ciências correlatas (Estatuto. Art. 10).



Sócios Remidos

O título de sócio remido é concedido ao sócio efetivo que, após completar 80 anos de idade, solicitar a mudança para tal categoria, sendo mantidos os mesmos direitos do sócio efetivo, com exceção do direito de votar e ser votado. Além disso, será isento do pagamento das contribuições e da frequência às reuniões (Estatuto. Art. 11º).

Sócios Correspondentes

O título de sócio correspondente é concedido mediante voto da maioria absoluta dos sócios efetivos, àqueles não residentes ou não domiciliados em Fortaleza, que possuem afinidade nas áreas da História, da Geografia, da Antropologia e ciências correlatas. O número é limitado a 40 membros (Estatuto. Art. 12º).

Sócios Beneméritos

O título de sócio benemérito é concedido mediante voto da maioria absoluta dos sócios efetivos, àquele que tiver feito doações importantes ou prestado relevantes serviços ao Instituto (Estatuto. Art. 14º)


Galeria de Sócios

Relação completa com biografia de todos os sócios efetivos que integraram o Instituto do Ceará.




Sócios Honorários

O título de sócio honorário é concedido mediante voto da maioria absoluta dos sócios efetivos, a autor reconhecido, especialista nas áreas da História, da Geografia, da Antropologia e ciências correlatas (Estatuto. Art. 15º)

Sócios Fundadores

São aqueles que participaram da fundação do Instituto do Ceará, em 4 de março de 1887.



Galeria de Presidentes

Relação de todos os presidentes do Instituto do Ceará



ABELARDO FERNANDO MONTENEGRO

Categorias: Galeria de Sócios

Abelardo Fernando Montenegro nasceu em Crateús-CE, no dia 30 de maio de 1912.

Filho do Dr. Paulo Pedro de Moura Montenegro e de Heloísa Semíramis Montenegro.

Sócio efetivo do Instituto do Ceará, tomou posse em 20.03.1981.

Bacharel pela Faculdade de Direito do Ceará, em 1936. Foi promotor de justiça nas comarcas de Jaguará do Sul (SC), Santa Catarina e Missão Velha (CE); assessor técnico do Departamento Nacional do Comércio (1949), no Rio de Janeiro; diretor da Secretaria da Associação Comercial do Ceará; professor das Faculdades de Ciências Econômicas e de Direito da Universidade Federal do Ceará; professor de Geografia, História da Civilização e Português.

Jornalista, foi redator de inúmeros jornais e revistas do Ceará, do sul do país e do exterior: “O Povo”, “Unitário”, “Correio do Ceará”, “Diário de Notícias”; “O Dia”, de Curitiba; o “Correio da Manhã” e “Diário de Notícias”, do Rio de Janeiro, além de publicações nos Estados Unidos e Espanha.

Recebeu numerosos prêmios, comendas e medalhas.

Foi membro da Academia Cearense de Letras e de várias associações culturais do país; sócio correspondente do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, do Instituto Histórico e Geográfico de Uruguaiana e da Academia Paulista de Letras.

Faleceu em Fortaleza, no dia 26 de abril de 2010.

Obras principais: Rui Barbosa e a Revolução Industrial no Brasil (1951); Soriano de Albuquerque, um pioneiro da Sociologia no Brasil (1952); O romance cearense (1953); Tobias Barreto e Machado de Assis (1954); A ânsia de glória de Balzac e outros estudos (1954); História do cangaceirismo no Ceará (1955); Introdução a Keyserling (1955); Variações em torno da Democracia (1956); Maquiavel e o Estado (1957); A Praça do Ferreira (1958); História do fanatismo religioso no Ceará (1959); Pontos de Economia Internacional (1967, prêmio José Barcelos, da UFC); Fanáticos e cangaceiros (1973); Os partidos políticos no Ceará (1980); Interpretação do Ceará (2001); Ceará e o profeta da chuva (2008).

Fonte: MARTINS, José Murilo. Academia Cearense de Letras. História e Acadêmicos. NOBRE, F. SILVA. 1001 Cearenses Ilustres. AMORA, Manoel Albano. A Academia Cearense de Letras. Síntese Histórica. GIRÃO, Raimundo. A Academia de 1894.

ABELARDO FERNANDO MONTENEGRO

ABNER CARNEIRO DE VASCONCELOS

Categorias: Galeria de Sócios

Abner Carneiro Leão de Vasconcelos nasceu em Pereiro-CE, no dia 9 de dezembro de 1884.

Filho de Antônio Augusto de Vasconcelos, um dos fundadores do Instituto do Ceará, e de Cesária Barreto Carneiro Leão de Vasconcelos.

Sócio efetivo do Instituto do Ceará, tomou posse em 05.04.1936.

Bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Ceará, em 1907.

Foi promotor de justiça em Fortaleza; juiz de direito em Tauá, Granja e Baturité; desembargador do então Superior Tribunal de Justiça (1935, 1936 e 1943); presidente do Tribunal de Apelação (1943); Procurador Geral do Estado; presidente do Tribunal Eleitoral; ministro do Tribunal Federal de Recursos, do qual foi presidente (1950-1951).

Foi um dos redatores da revista “Ceará Judiciário”, nos anos de 1928 e 1929.

Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 03 de fevereiro de 1972.

Artigos publicados na Revista do Instituto: Aspectos jurídicos do século XVI; Os cemitérios e o “Jus Sepulchri”; Centenário de nascimento de Paulino Nogueira; O Poder Judiciário do Ceará no cinquentenário do Instituto; Princípios fundamentais da História; O reino da força e a atitude dos Papas e outros.

Fonte: SOUSA. Eusébio de. Tribunal de Apelação do Ceará: Síntese histórica (dados biográficos: 1874-1945). Artes Gráficas S.A, 1945. Centenário do Ministro Abner de Vasconcelos. CATUNDA, Moacir. Revista do Instituto do Ceará. 1984. p. 182-188. Centenário de nascimento do Ministro Abner de Vasconcelos.

ABNER CARNEIRO DE VASCONCELOS

Affonso Taboza Pereira

Categorias: Sócios efetivos

Affonso Taboza Pereira nasceu em Itapajé-CE, no dia 6 de novembro de 1935.

Filho de Antônio Pereira de Melo e de Maria Hozana Taboza Pereira.

Sócio efetivo do Instituto do Ceará, tomou posse em 08.03.2013.

Militar do Exército Brasileiro, tendo ingressado na Escola Preparatória de Cadetes e cursado a Academia Militar das Agulhas Negras, a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, o Instituto Militar de Engenharia, onde se formou como Engenheiro Civil e Militar, reformando-se no posto de Coronel.

Na área civil, foi membro do Conselho de Assuntos Legislativos da Confederação Nacional da Indústria (CNI); presidente do Conselho de Assuntos Legislativos da FIEC; diretor da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC); diretor do Centro Industrial do Ceará; vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (SINDUSCON); conselheiro do Contencioso Administrativo Tributário do Estado do Ceará; vice-presidente e conselheiro do Náutico Atlético Cearense. Rotariano do Rotary Club de Fortaleza Alagadiço, onde ingressou em 26 de novembro de 1990 e do qual foi presidente no ano rotário 2009-2010.

De julho de 1975 a julho de 1977, esteve em missão do Exército Brasileiro no Centro de Pesquisas do Corpo de Engenheiros do Exército Americano, na cidade de Vicksburg, Mississippi (USA).

Escreve artigos em jornais sobre Economia Política.

Obras publicadas: romances: Ventos da fortuna (2006); Um bacamarte chamado Canário (2010) e Caprichos do destino (2014).

Fonte: SOÁREZ, Ednilo Gomes. Revista do Instituto do Ceará. 2013. p. 275-288. Saudação aos sócios Affonso Taboza Pereira, Juarez Fernandes Leitão e Lúcio Gonçalo de Alcântara.

Affonso Taboza Pereira

ÁLVARO BOMÍLCAR DA CUNHA

Categorias: Galeria de Sócios

Álvaro Bomílcar da Cunha nasceu no município do Crato-CE, no dia 14 de abril de 1874.

Filho de Fenelon Bomílcar da Cunha e de Ana de Alencar Bomílcar.

Sócio efetivo do Instituto do Ceará, tomou posse em 05.11.1929.

Foi para o Rio de Janeiro no ano de 1888, a fim de trabalhar no comércio. Em 1892, ingressou no Exército e seguiu para a Escola Militar. Em 1893, foi para o Rio Grande do Sul lutar na Revolução Farroupilha, dali saindo em 1894. Estudou na Escola Militar do Rio de Janeiro, em 1896, sendo enviado para o Mato Grosso por liderar um movimento de indisciplina. Abandonou a carreira militar em 1899.

No Rio de Janeiro, foi escriturário do Tesouro Federal.

Jornalista, fundou no Mato Grosso os jornais “Pátria” e “Sertanejo”. No Rio de Janeiro, fundou “O Palladiom”. Trabalhou na redação da “República” (Pará), “Federação” e “Amazonas” (Manaus).

Fez parte da Federação das Academias de Letras do Brasil.

De acordo com Mário Linhares, “um dos traços mais expressivos de Bomílcar era o seu cearensismo. Costumava dizer-me – ‘Dia fora do Ceará não é dia vivido’. Essa frase traduzia bem a fervorosa ternura pelas plagas natais cuja imagem trazia no coração como relíquia santa.”

Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 12 de setembro de 1957.

Obras publicadas: Graciosa (1901); Poemas sentidos (1902); Elegia (em memória a Álvaro Martins) (1906); O preconceito da raça no Brasil (1915); A política no Brasil ou no nacionalismo radical.

Fonte:  STUDART, Dr. Guilherme.  Diccionário Biobliographico Cearense. LINHARES, Mário. Revista do Instituto do Ceará, ano 1957.

ÁLVARO BOMÍLCAR DA CUNHA

ÁLVARO GURGEL DE ALENCAR

Categorias: Galeria de Sócios

Álvaro Gurgel de Alencar nasceu no município de Icó-CE, no dia 10 de janeiro de 1861.

Filho do dr. Rufino Antunes de Alencar e de Quitéria Dulcineia Gurgel de Alencar.

Sócio efetivo do Instituto do Ceará, tomou posse em 20.09.1915.

Cursou o Liceu do Ceará. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Recife, em 1885.

Quando estudante, na capital pernambucana, manifestou os seus ideais abolicionistas e republicanos, ao lado de Joaquim Nabuco e José Mariano.

Pertenceu a várias sociedades emancipadoras, como a Caixa Emancipadora Pedro Pereira e Clube Abolicionista (Recife), Clube Abolicionista (Goiana), Messejanense Libertadora e Sociedade das Messejanenses Libertadoras (Messejana).

No Ceará, exerceu as funções de promotor de justiça nas comarcas de Quixeramobim e Viçosa. Foi juiz municipal dos termos reunidos de Granja, Camocim e Palma; juiz de direito de Granja, S. Francisco, Quixadá e Pacatuba; desembargador do Tribunal da Relação, cargo este em que se manteve durante doze anos.

Fez parte do corpo docente da Faculdade de Direito, na qualidade de professor de Legislação Comparada.

Foi jurista e historiador de renome.

Foi um dos fundadores da Academia Cearense de Letras.

Faleceu em Fortaleza, no dia 2 de julho de 1945, ocasião em que ocupava o cargo de vice-presidente do Instituto do Ceará.

Obras principais: Traços biográficos do bacharel Pedro Pereira da Silva Guimarães; Apontamentos para a notícia da comarca de Viçosa; Sentença de sustentação de não pronúncia; Dicionário geográfico, histórico e descritivo do Estado do Ceará; Discurso (de posse como professor da Faculdade de Direito); Memória histórica do ano de 1906 (alusiva à Faculdade de Direito).

Fonte: MARTINS, José Murilo. Academia Cearense de Letras. História e Acadêmicos. AMORA, Manoel Albano. Academia Cearense de Letras. Síntese Histórica. GIRÃO, Raimundo. A Academia de 1894.

Obs: A Revista do Instituto do Ceará de 1945, p. 261, informa que seu falecimento se deu em 2 de julho, enquanto as demais fontes, por equívoco, informam a data como sendo 12 de julho.

ÁLVARO GURGEL DE ALENCAR

ÁLVARO OTACÍLIO NOGUEIRA FERNANDES

Categorias: Galeria de Sócios, Sócios honorários

Álvaro Otacílio Nogueira Fernandes nasceu em Quixeramobim-CE, no dia 14 de setembro de 1873.

Filho de Cornélio José Fernandes e de Maria das Dores Nogueira Fernandes.

Sócio efetivo do Instituto do Ceará, tomou posse em 24.12.1912.

Concluiu os estudos preparatórios no Liceu do Ceará em 1892, depois, seguiu para o Rio de Janeiro, formando-se em Medicina no ano de 1899, com a tese “Moral Insanity”.

Foi deputado federal em duas legislaturas (1915-1917 e 1930-1932). Em virtude da Revolução de 1930, seu mandato não fora concluído, em razão do fechamento do Congresso Nacional.

Faleceu em Fortaleza, no dia 8 de janeiro de 1953.

Obras publicadas: Sobre o mal reinante (sobre a epidemia em Fortaleza, no ano de 1905); Em defesa própria (1906).

Fonte: NOBRE, F. Silva. 1001 Cearenses Notáveis.

ÁLVARO OTACÍLIO NOGUEIRA FERNANDES

ANA PAULA CAVALCANTE ALENCAR DA SILVA

Categorias: Sócios efetivos

Ana Paula Cavalcante Alencar da Silva nasceu em Macapá-AP, em 11 de setembro de 1961.

Filha de Gerson Nazareno Cavalcante e de Dolores Furtado Cavalcante.

Sócia efetiva do Instituto do Ceará, tomou posse em 11 de janeiro de 2023.

Graduada em História pela Universidade Federal do Ceará (1986), com especialização em História do Brasil pela Universidade Cândido Mendes (2017) e Mestrado em Antropologia de Íbero-América pela Universidade de Salamanca – Espanha. É professora do Quadro Permanente do Sistema Colégio Militar do Brasil, lotada no Colégio Militar de Fortaleza. Tem experiência na área de História, com ênfase em História, atuando principalmente nos seguintes temas: história, memória, identidade e antissemitismo.

Foi agraciada com os seguintes diplomas e medalhas: Medalha de ouro – Olimpíada Nacional de História, Unicamp (2010); Diploma do Mérito Gen. Prof. Aryone Brasil (2013); Medalha General Eudoro Corrêa, do Colégio Militar de Fortaleza (2014).

São de sua autoria os trabalhos: A perda da memória judaica na escrita histórica brasileira (Revista do Instituto do Ceará, v. 131, p. 137-159, 2017); Meu virtual do CMF (2011); Processo de tombamento do Colégio Militar de Fortaleza (2010). Participa como coordenadora do projeto de pesquisa “Preservação do patrimônio Histórico, da memória e identidade do CMF”, em andamento.

 

ANA PAULA CAVALCANTE ALENCAR DA SILVA

ANGELA MARIA ROSSAS MOTA DE GUTIÉRREZ

Categorias: Sócios efetivos

Angela Maria Rossas Mota de Gutiérrez.

Sócia efetiva do Instituto do Ceará, tomou posse em 24.04.2013.

Em um janeiro de sol, na casa que já abrigara três gerações de sua família – bisavós, avós e pais -, nasceu, no dia 23, uma menina, acolhida pelas mãos de seu avô materno, o médico César Rossas. No mesmo dia, a recém-nascida receberia, no Sacramento do Batismo, o nome Angela, herdado de sua bisavó e de sua mãe, e Maria, de sua tia materna e madrinha, Maria Pompeu Rossas Freire. Filha de Luciano Cavalcante Mota, que seria seu guia entre livros, artes, e na vida, e Angela Laís Pompeu Rossas Mota, guardiã da memória da família e da cidade, foi registrada com o nome de Angela Maria Rossas Mota. Viveu os primeiros anos de sua infância na mesma casa onde nasceu, e que guardava a imensa biblioteca de seu bisavô, falecido muitos anos antes, em 1929. Apesar da pouca idade, os livros a atraíam e causavam-lhe imensa curiosidade.  Depois que lhe foram apresentados pelo pai, tornaram-se para sempre seus amigos. Com a mudança da família para o sítio dos avós, em Mondubim, Angela, já enamorada dos livros e tendo aprendido a ler, passou a viver horas, sob a sombra de mangueiras centenárias, imersa nas aventuras dos seus amigos e amigas, personagens dos livros que seu pai escolhia para as diferentes fases de sua infância. Retornando para a cidade, com nove anos, continuou a ser leitora incansável, chegando a ler tardes inteiras e, nas férias, dias inteiros.

Estudou no Jardim de Infância, considerado modelo, da Escola Normal, depois foi para o Colégio da Imaculada Conceição, onde sua avó materna, Bella Cavalcante Motta, passara algum tempo no internato porque sua mãe, a açoriana Maria da Glória, não conseguia cuidar de tantos filhos que dera à luz, dezoito, em que predominavam meninas:  quinze! A menina Angela gostava de ouvir a avó paterna cantar poemas românticos musicados, como os de Casimiro de Abreu.

Durante a adolescência, aderiu com entusiasmo à Ação Católica, no ramo da Juventude Estudantil Católica-JEC, dedicado à formação cristã de cidadania consciente, com preocupação social de responsabilidade pelo Outro, traço que continuou a marcar a personalidade de Angela.

Mais tarde, quando estudante da Faculdade de Letras, na UFC, Angela acrescentaria o sobrenome de Gutiérrez a seu nome, ao casar-se com o médico Oswaldo Augusto Gutiérrez Adrianzén, em quem Angela sempre encontra apoio em decisões na  carreira escolhida e, com quem teve quatro filhos: o primogênito, nascido prematuramente, viveu apenas doze dias e sua partida foi profundamente dolorosa para o jovem casal, que, felizmente, em  menos de uma década, concebeu e recebeu com alegria os filhos Oswaldo e Daniel e a caçula, Angela Laís, que lhe deram três filhos de coração, as noras Priscila, Sunny e o genro Davi, e oito netos muito amados: Rafael, Oswaldo Neto, Lina, Isabela, Taís, Alícia, Eduardo César e Luísa.

Angela Gutiérrez construiu sua formação acadêmica na Universidade Federal do Ceará, onde se licenciou em Letras, com Habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas  Brasileira e Portuguesa, Língua e Literatura Italiana e Língua e Literatura Francesa; realizou cursos de Aperfeiçoamento em Teoria da Literatura, Especialização em Linguística e em Métodos e Técnicas de Ensino, cursou Mestrado em Educação, defendendo dissertação intitulada “O Caráter Reprodutor do Ensino de Literatura Brasileira nos Cursos de Letras” que, em resumo, opõe o ensino criador, que incentiva o espírito crítico e criador, ao ensino que reproduz o “já dito”.

Doutora em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais, defendeu tese orientada pelo Prof. Dr. Wander Melo Miranda, distinguido intelectual mineiro e intitulada Vargas Llosa e o romance possível da América Latina, que recebeu aprovação com louvor; cumpriu pós-doutorado na mesma instituição, UFMG, desenvolvendo a pesquisa O retrato do Conselheiro: as múltiplas faces do beato de Belo Monte.

Iniciou sua vida no magistério na UFC, ensinando, ainda aluna de graduação, na Casa de Cultura Italiana, continuando por alguns anos, e na Casa de Cultura Francesa, em estágio de ensino, posteriormente, nos Departamentos de Letras Vernáculas e de Literatura, e no Programa de Pós-Graduação em Letras, como professora concursada, tendo orientado monografias de alunos de diferentes cursos na área de Humanidades da UFC, assim como dissertações de Mestrado, participando de bancas de Mestrado e Doutorado na UFC e na UFMG; realizou estudos e pesquisas, especialmente sobre Literatura Brasileira, destacando Alencar, Machado de Assis, Guimarães Rosa e os escritores do Nordeste e, especialmente, do Ceará, e em Literatura Latino-Americana, com estudos comparados das obras de Vargas Llosa, García Márquez, Borges, Ciro Alegría, com escritores da Literatura Brasileira; dedicou-se, especialmente, a temas ligados ao episódio histórico da fundação e formação do Arraial de Belo Monte por Antônio Conselheiro, às várias fases da guerra de Canudos,  à destruição de Belo Monte e morte do Conselheiro, analisando Os sertões  de Euclides da Cunha, La guerra de fin del mundo, de Mario Vargas Llosa e a ficção “canudiana”, em que constam obras de muitos autores brasileiros, do século XIX ao XXI, e vários estrangeiros, e a relação do tema com outras artes, focando, principalmente, a figura histórica e ficcional de Antônio  Conselheiro e seus escritos. Sobre esses temas, Angela Gutiérrez participou de mesas-redondas, pronunciou conferências e discursos em encontros, simpósios, congressos, no Brasil, em Fortaleza, Quixeramobim, Salvador, Canudos, São José do Rio Pardo, São Paulo, e no exterior, Colônia, Berlim, Paris. Entre essas atividades, ressalta sua participação como organizadora do “Simpósio Internacional Canudos: Cem Anos da Destruição”, em setembro de 1997, promovido pela Universidade Federal do Ceará, em que foi presidente de mesa redonda e conferencista, assim como, extramuros da UFC, a Coordenação Cultural do Programa “Cem anos de Os sertões na Bienal” (incluindo projeto e organização de atividades, exposições de pintura, exibições de vídeos, peça teatral, conferências, mesas-redondas, espetáculos musicais, entre outras) na V Bienal Internacional do Livro, promovida pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, em 2002, ano centenário de publicação d’Os sertões.

Ainda na UFC, participou da gestão universitária, como coordenadora do Curso de Especialização em Literatura Luso-Brasileira do Departamento de Letras Vernáculas, coordenadora-fundadora do Programa de Pós-Graduação em Letras, diretora-fundadora do Instituto de Cultura e Arte-ICA e diretora da Casa de José de Alencar-CJA. Foi membro de vários colegiados e comissões, nas áreas de gestão, ensino, pesquisa e extensão, entre eles, da Administração Superior, durante o reitorado do Prof. René Barreira, Comissão de Ensino de Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Conselho Editorial das Edições UFC, Colegiado do Departamento de Letras Vernáculas, do Departamento de Literatura e do   Programa de Pós-Graduação em Letras, Conselho do Centro de Humanidades, Comissão Organizadora do Cinquentenário da UFC, Coordenação do Programa Bolsa-Arte ICA-UFC, Presidente da Comissão de Acervos e da Comissão de Revitalização da Casa de José de Alencar, Presidente do I e do II Simpósio Nacional Casa de José de Alencar, entre outros projetos de extensão nos vários equipamentos culturais e nos órgãos da UFC,  Museu de Arte da UFC-MAUC e  Casa de José de Alencar-CJA; Membro do Conselho Consultivo do Colégio de Estudos Avançados da UFC, entre outros.

Membro da Academia Cearense de Letras, desde 1997, Angela Gutiérrez é a primeira mulher a assumir a presidência da instituição, tendo, anteriormente, participado da diretoria, como diretora cultural em várias gestões e vice-presidente; é sócia efetiva do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico, Antropológico), desde 2013. Nas duas centenárias instituições, além de dar continuidade a suas pesquisas universitárias, vem desenvolvendo, em conferências e discursos, estudos sobre a história da ACL e do Instituto, aí incluindo pesquisa sobre  Alba Valdez,  sócia do Instituto e primeira acadêmica da ACL, e aprofundando pesquisa sobre Fortaleza Antiga na Literatura,   sobre as obras dos cearenses, seu trisavô e seu bisavô, Senador Pompeu e o filho, Dr. Thomaz Pompeu de Souza Brazil, este presidente-fundador da Academia Cearense e presidente do Instituto do Ceará. Angela é membro da Associação Brasileira de Bibliófilos (ABBi), da Sociedade Amigas do Livro (SAL) e da Associação Portuguesa de Escritores (APE). Foi membro do Conselho Estadual de Cultura, de  2003 a 2009 e Coordenadora de Políticas de Livro e de Acervos da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, durante o primeiro semestre de 2003, assumindo, a seguir, a diretoria do Instituto de Cultura e Arte da UFC-ICA.

Publicou as obras a indicadas abaixo, todas pela UFC, algumas na Coleção Alagadiço Novo: O mundo de Flora (Prêmio Estado do Ceará), romance, 1990, segunda edição pela Coleção Vestibular da UFC, em 2007 e reimpressão em 2008); Vargas Llosa e o romance possível da América Latina, (ensaio, tese doutoral  defendida em 1994), Fortaleza: Edições UFC; Rio de Janeiro: Sette Letras, 1996; Canção da menina, coletânea de poemas, 1997; Avis raracoletânea de estórias, 2001Luzes de Paris e o fogo de Canudos, romance, 2006; Os Sinos de Encarnação (Prêmio Osmundo Pontes), coletânea de contos, 2012; O silêncio da penteadeira, ficção dramática, 2016. Organizou algumas obras em parceria: Iracema, lenda do Ceará – 140 anos, com Sânzio de Azevedo, teve lançamento na cidade do Rio de Janeiro, na Academia Brasileira de Letras; em Fortaleza, na Casa de José de Alencar; na França, Ano Brasil-2005, em Lyon e em Paris, na Maison de l’Amérique Latine. Entre outras coletâneas, organizadas em parceria e publicadas pela UFC, encontram-se: Bandeira: verso e traço, com o artista plástico e estudioso de Arte, Estrigas; I Simpósio Nacional Casa de José de Alencar. José de Alencar e a Cultura Brasileira, com Vera Moraes, Fernanda Coutinho e Ana Remígio; Tributo a Moreira Campos e Natércia Campos, com Vera Moraes; Homenagem aos 60 anos de Clã – Revista de Cultura, com Vera Moraes e Ana Remígio; Dossiê Alencar 180 anos. Revista de Letras da UFC, com Fernanda Coutinho e Vera Moraes.

O romance O mundo de Flora tem sido fonte de alegrias para a autora, pois, tendo sido indicado para leitura nos vestibulares de 2007 e 2008, teve forte repercussão entre os jovens, com entusiasmada e numerosa assistência de alunos em colégios, escolas e centros culturais, em cada palestra sobre o livro. No meio literário e de imprensa, o livro foi celebrado em várias sessões presenciais de universidades e outras entidades, antes da pandemia, e virtualmente, durante a pandemia. Considerando o amplo número de artigos de escritores, críticos e professores, além de entrevistas, textos acadêmicos, cartas, peça teatral (roteiro e direção de Jadeílson Feitosa) sobre o livro, algumas colegas da escritora vêm preparando, com esse material, a coletânea “Viagem ao Mundo de Flora” para publicação.

Na ACL, referentes aos já renomados Ciclos de Conferências promovidos pela instituição, Angela Gutiérrez organizou várias coletâneas, em parceria com Regina Fiúza, entre elas: Rachel de Queiroz – Cem anosLiteratura e ViagemLiteratura e Outras Artes. Publica, também, artigos em revistas literárias e culturais, como: Revista da Academia Cearense de LetrasRevista do Instituto do CearáRevista da Academia Fortalezense de LetrasRevista SALRevista de Letras da UFCRevista APESCulturaRevista de Letras da UNESPRevista Canudos do Centro de Estudos Euclydes da Cunha da UNEB, Revista Verbo de Minas, de Juiz de Fora, Tensões Mundiais/World Tensions, do Observatório das Nacionalidades, entre outras, nos periódicos O POVO, (foi articulista da coluna Opinião d’O POVO por cinco anos) e Diário do Nordeste.

Como presidente da ACL (biênio janeiro 2019/janeiro 2021), Angela Gutiérrez, apesar de encontrar sérios problemas de manutenção, que limitavam o uso da sede, enquanto cuidava da solução dessas questões, com custoso e demorado conserto, preparou, com a diretoria, o “Projeto Academia Cearense de Letras: 125 anos criando e difundindo Literatura e Cultura”, enfatizando a Literatura Cearense e seus escritores/escritoras e a possibilidade de usar meios virtuais para a programação cultural da instituição. Em novembro de 2019 foi possível comemorar, em bela festa cultural, no próprio Palácio da Luz, a passagem dos trinta anos em que a antiga sede de Governo do Ceará foi cedida para sede da Academia Cearense de Letras. O projeto, acima citado, enviado à Secretaria de Cultura do Estado, SeculteCe, propunha obras de manutenção do Palácio, incluindo projeto de prevenção de incêndio, além de publicação da Revista da Academia Cearense de Letras, de 2019, de Falas Acadêmicas, tomos 3 e 4, (com discursos na posse de acadêmicos) e a realização do “Ciclo de Conferências ACL 2019/2020: Cidades Escritas”. Com a chegada da terrível pandemia de Coronavírus- SARS-2 ao Ceará e as necessários restrições de abertura da sede e de atividades presenciais, a presidente com apoio da diretoria criou grupo de Whatsapp, em nome da Academia Cearense de Letras, para comunicação interna entre acadêmicos e acadêmicas, perfil da ACL no Instagram e no Facebook, visando difundir a Cultura público mais amplo, e iniciou preparativos para abertura do site da instituição, tendo sido realizado o “Ciclo de Conferências: Cidades Escritas”, virtualmente, além de outras atividades, como “Homenagens a Acadêmicos”, em data “Diálogos na Academia”, entre acadêmicos e convidados, “Entrevistas com a Juventude”, com jovens escritores e escritoras, “Leituras de Acadêmicos”, além das reuniões mensais ordinárias e especiais. Essa programação contou com a colaboração das diretoras de Comunicação, acadêmica Beatriz Alcântara, e Cultural, acadêmica  Lourdinha Leite Barbosa, da  acadêmica e assessora especial para comunicação virtual,  Grecianny Cordeiro.

Angela Gutiérrez continua muito ativa em sua vida literária, escrevendo artigos, prefácios, apresentaçao de livros, participando de atividades culturais, pronunciando discursos, conferências sobre seus livros e sobre temas de suas pesquisas. Vem recebendo reconhecimentos como escritora e professora, em que se destacam: Medalha da Abolição, mais alta comenda do Estado do Ceará; Diploma de Professora Emérita da  Universidade Federal do Ceará, mais alto título de  honra da UFC; Troféu Sereia de Ouro, respeitada comenda concedida pelo Sistema Verdes Mares de Comunicação; Troféu Antônio Conselheiro, pela Câmara Municipal de Quixeramobim, terra de berço de Antônio Vicente Mendes Maciel; Medalha Rachel de Queiroz, pela Associação Brasileira de Bibliófilos; Diploma de Mérito Cultural e Medalha 120 anos, pela Academia Cearense de Letras; Medalha Reitor Antônio Martins Filho, pela Academia Fortalezense de Letras; Medalha de Mérito Cultural e Literário Cândida Galeno, pela Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil – AJEB; Medalha do Centenário da Casa de Juvenal Galeno; Troféu Estrigas, pela Secretaria de Cultura do Ceará e MiniMuseu Firmeza, na categoria Escritora, no Centenário do artista plástico Estrigas; Troféu Mulheres de Ouro, promovido por Farmácias Pague Menos; Diploma de Gente de Bem, do Shopping Benfica; Diploma da Assembleia do Estado do Ceará, como escritora, na Comemoração do Dia Estadual da Cultura;Homenagem do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará – MAUC, na comemoração de seus 50 Anos; Homenagem do Grupo de Comunicação O POVO, em cerimônia no lançamento do documentário Os Cearenses, em que doze personalidades da atualidade representavam doze personalidades do passado, tendo sido escolhida para representar José de Alencar; Menção honrosa pela dedicação à Universidade Federal do Ceará, concedida pelo Centro de Humanidades, no encerramento da 1a Semana de Humanidades, no Auditório da Reitoria; Texto de reconhecimento do Magnífico Reitor da UFC, Prof. Roberto Cláudio Frota Bezerra, pelo lançamento de Vargas Llosa e o romance possível da América Latina; Proposta de regozijo aprovada, por unanimidade, pelo Plenário do Conselho Estadual de Cultura – Ceará pelo lançamento do livro O mundo de Flora, em 15 de agosto de 1990.

Entre depoimentos prestados pela escritora, ressaltam aqueles prestados para o  Museu da Imagem e do Som-MIS, ao grande pesquisador de Literatura Cearense, Prof. Dr. Sânzio de Azevedo, da ACL, em projeto do então Diretor desse órgão, pesquisador Nirez, com escolha de dez representantes da Literatura Cearense, e produto final em DVD e livro, já publicados e constantes do acervo do MIS; “A menina dos olhos de D. Luciano”, concedido à jornalista Eleuda de Carvalho, publicado no Suplemento Alma Fortalezense, que “comemora os 284 anos da capital cearense”, distribuído em revista da Editora Abril; “Angela Gutiérrez, A eterna menina e o diálogo em dia de festa: plenitude de vida em mundos revisitados. In: SALGADO Ronaldo. (coordenador). Revista Entrevista. Fortaleza: Imprensa Universitária da UFC: maio 2009, p.99-117. [Publicação da entrevista coordenada pelo professor jornalista Ronaldo Salgado, com equipe de 11 estudantes do Departamento de Comunicação Social da UFC, fotografias de Diogo Braga.

Fonte: da própria sócia efetiva.

ANGELA MARIA ROSSAS MOTA DE GUTIÉRREZ